sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Previsões Científicas

Avanço do mar traça cenário apocalíptico




A Tribuna – 08/12/2011 – A3









A influência humana e ações naturais das últimas cinco décadas fizeram o nível do mar no Litoral Paulista aumentar o dobro da média mundial. As previsões mais modestas para Santos indicam um cenário apocalíptico até o final deste século: a água ocupará a faixa pavimentada e imóveis próximos à orla podem ser invadidos pela força da maré.



Caso o avanço do mar continue neste ritmo, praias da região podem ficar apenas nas lembranças. A Ponta da Praia, em Santos, e o Gonzaguinha, em São Vicente, são as mais ameaçadas. As análises foram apresentadas ontem pela pesquisadora do Instituto Geológico de São Paulo (IG), Célia Regina de Gouveia Souza. A palestra da especialista encerrou os trabalhos deste ano do Conselho Municipal de Meio Ambiente (Condema).



Célia explica que, nos últimos 50 anos, o nível no mar subiu 40 centímetros, frente a uma média de 20 centímetros no resto do mundo. "Na década passada, o pico (de alta da maré) foi superior ao registrado em 30 anos".



Por outro lado, estudiosos indicam que, até o final deste século, os oceanos deverão subir até 1,8 metro. "Se fizer uma regra de três (cálculo matemático para comparações de valores) com os números locais e esta previsão, temos um cenário assustador". Ela argumenta que a sedimentação na Ponta da Praia é um processo natural iniciado na década de 1920. "Porém, a construção de pavimentos próximos à faixa de areia acelerou esta ação".



As ondas são as responsáveis por arrastar parte dos sedimentos, que são acumulados em outros pontos. "Há épocas que a Praia do Góes tem mais faixa deareia", diz Célia.No entanto, é no Gonzaga que o material mais se concentra.









AQUECIMENTO



A pesquisadora salienta que a elevação do nível do mar resulta do aquecimento natural do planeta. Mas este processo é acelerado por ações humanas, como a emissão de gases causadores do efeito estufa. "O fenômeno gera a expansão térmica oceânica, que tem efeito pior (para o aumento do nível do mar) que o derretimento de geleiras". Célia detalha que estas ações vêm diminuindo, gradativamente, a faixa de areia em pelo menos 20 praias paulistas. Como consequência, a pesquisadora sinaliza um cenário ainda mais grave. Além da perda de espaço habitacional, haverá a extinção de ecossistemas, morte de espécies de animais e vegetais (em especial os marítimos) e redução do recursos hídricos."Ficarão mais escassas as áreas de captação de água".









RESSACAS



Outro fenômeno que pode ter consequências na perda da faixa de areia é a ressaca marítima. Pelos estudos da pesquisadora, no último ano o evento teve maior duração, foi mais intenso e devastador. Normalmente, as ressacas ocorrem em épocas de maré alta e nas estações mais frias (de abril a agosto). "Em 2010, a temporada (de ressaca) começou em fevereiro e terminou em dezembro. E ocorria em estações de lua atípica". Junto com as ressacas e o aumento do nível do mar, a dragagem do cais santista também é indicada como uma das possíveis causas da perda de faixa de areia da Ponta da Praia. "Aguardamos o laudo da Codesp com o impacto da dragagem. Este estudo norteará as ações públicas naquela área", explica o secretário municipal de Meio Ambiente, Fábio Nunes. A previsão é que o documento seja finalizado neste mês.



terça-feira, 15 de novembro de 2011

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Fim de ano está chegando.....

O fim de ano é sempre movimentado pelas confraternizações no trabalho, festas com amigos e família. É nesta época, também, que aumentamos nosso consumo em todos os sentidos. Portanto, esta é um período no qual devemos prestar atenção especial à conservação da natureza. 

Veja abaixo dicas simples de como diminuir o impacto das festas de final de ano: 

  • Evite papéis laminados e com purpurina, pois não podem ser reciclados;
  • Embrulhe os presentes em papéis simples e utilize o que sobrar para fazer suas próprias etiquetas de/para;
  • Envie cartões de Natal eletrônicos e previna o desperdício de papel;
  • Pegue sacolas plásticas apenas quando necessário. Se possível, prefira os sacos de papel;
  • Utilize ornamentos naturais na decoração de Natal como pinhos e fibras;
  • Recicle latas e garrafas vazias depois das festas, além das embalagens de seus presentes;
  • Compre lembranças de Natal certificadas. Os selos de certificação garantem que os artigos foram produzidos de acordo com todas as leis do país, tanto ambientais como trabalhistas. Para produtos madeireiros procure o selo FSC;
  • Na hora da ceia, atente para a carne que for comprar. Cerca de 70% das áreas desmatadas no Brasil viram pastos. Para garantir que a carne que você come não vem desses pastos, procure o selo certificação Orgânico – IBD;

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Mais postos de coleta para seu lixo





Uma boa dica para descarte de material eletrônico.

http://www.e-lixo.org 

Basta digitar o CEP que o programa indica o local mais próximo para o descarte de baterias, celulares, computadores, monitores. No Estado de São Paulo, consumidores contam com uma ferramenta online para localizar os postos de coleta de resíduos eletrônicos. É o e-lixo (http://www.e-lixo.org/): um site que usa a plataforma do Google Maps para ajudar o usuário encontrar pontos de coleta desses resíduos. Dessa forma, as sucatas são reaproveitadas ou encaminhadas para a reciclagem. A criação é fruto de uma parceria entre o Instituto Sergio Motta e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

Para localizar determinado ponto, basta digitar o Código de Endereçamento Postal (CEP) de casa ou local de trabalho e o tipo de material a descartar. A ferramenta fornece o endereço completo e o número de telefone dos postos mais próximos do CEP indicado. O banco de dados do projeto mantém o cadastramento contínuo de novos estabelecimentos de coleta de resíduos. Os interessados em cadastrar novos pontos, podem fazer o cadastro no site. 
Esta é uma alternativa para ajudar o consumidor a descartar de forma correta os resíduos recicláveis. Como já é sabido, baterias, celulares, carregadores, pilhas, computadores, televisores, aparelhos e caixas de som, câmeras fotográficas, CD´s, DVD´s, impressoras, entre outros eletrônicos, não devem ser jogados no lixo comum. Esses materiais contêm componentes tóxicos, quando descartados incorretamente ou abandonados em lixões, contaminam o solo, a água e provocam danos à saúde. 
Atualmente, segundo um relatório divulgado em janeiro de 2010 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) o mundo gera 40 milhões de toneladas de lixo eletrônico por ano e o Brasil ocupa o nada honroso primeiro lugar no ranking de descarte de computadores per capita, que chega a pouco mais de 0,5 kg por pessoa ao ano. O índice da China (que está em segundo lugar) é de 0,2 kg por pessoa ao ano.(Fonte: Envolverde-04/01/2011)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Descarte Seu Lixo Limpo

Ecopontos para o descarte de seu lixo

Veja em que locais você pode descartar:
a)      Retalhos de tecidos – Brechó Castelinho – Rua Guaiubê, 36 – Aparecida (32 275733). Os retalhos recolhidos serão encaminhados pela prefeitura a cooperativas de costureiras, para a confecção de roupas, acessórios, sacolas ecológicas, entre outros.
b)      Pneus usados – deve ser agendado pelos telefones: 911 1-3565; 3461-5814 e 12019593. De acordo com a diretora da Policarpo Pneus, o material descartado é direcionado pela Reciclanip a empresas devidamente homologadas pelo IBAMA.
c)      Eletrônicos  -  escolas: Leonor Mendes de Barros – Pça Fernandes Pacheco s/nº; Estação da Cidadania – Av. Ana Costa, 340; Jardim Botânico Chico Mendes – Rua João Fraccaroli s/nº; Codevida (Coordenadoria de Proteção à Vida Animal) – Av. Nossa Senhora de Fátima, 375; salão da Igreja São João Batista (Morro da Nova Cintra); Santo Antônio do Valongo – Largo Marquês de Monte Alegre s/nº.
d)      Medicamentos Vencidos – Sais da Terra – Farmácia de Manipulação – Rua Galeão Carvalhal, 48, Ao Pharmacêutico, também na Rua Galeão Carvalhal ou nas Unidades de Saúde, que posteriormente encaminharão à farmácia.
e)      Chapas Radiológicas – na CRS (Clínica Radiológica de Santos) – Av. Conselheiro Nébias, 521.
f)        Pilhas, Baterias – Agências do Banco Santander, Banco Real, Drogaria São Paulo, Lojas Pão de Açúcar.

domingo, 7 de agosto de 2011

Reaproveite - Crie - Ilumine


Luminária sustentável



TetraBox Lamp é um projeto de reaproveitamento de embalagens Tetra Pak para fazer os mais variados tipos de luminárias com o material.

A criação é do designer Ed Chew, que a partir de um processo que parece relativamente simples de dobraduras de embalagens, criou as luminárias.

O modelo esférico leva aproximadamente 450 embalagens na sua composição e tem 2,6 metros de diâmetro. São 108 hexágonos que interligados, formam a luminária.





O resultado é surpreendente.


quinta-feira, 30 de junho de 2011

Sustentabilidade é uma questão de ESCOLHA!

Posted: 28 Jun 2011 05:28 AM PDT
Quem acompanha o noticiário com certeza ouviu falar sobre o vulcão Puyehue, no Chile, cujas cinzas se espalharam por todo o Cone sul, afetando muito o tráfego aéreo e o turismo na região. Cidades a mais de 100 quilômetros de distância foram afetadas pelas cinzas, inclusive San Carlos de Bariloche e Buenos Aires.
As cidades mais próximas do Puyehue ficaram tomadas pelas cinzas vulcânicas, o que ocasionou o fechamento de estradas, a poluição de reservatórios de água e a falta de energia elétrica. Uma das cidades mais afetadas foi Villa La Angostura, que fica na Argentina, a cerca de 40 quilômetros do vulcão. 
Mas ao invés de chorar sobre as cinzas derramadas, os moradores dessa cidade partiram para uma ação sustentável: usar as cinzas para fabricar blocos de construção!
Com o apoio do governo local, os blocos já estão sendo produzidos, usando a força de trabalho dos moradores que estavam desempregados e os equipamentos adquiridos pelo Ministério do Desenvolvimento Social.
Acrescentando um pouco de cimento às cinzas, podem ser fabricados blocos para paredes, bloquetes para piso e tubos para instalações hidráulicas. Com mais de cinco milhões de metros cúbicos de cinzas acumuladas nas ruas, matéria-prima é que não vai faltar por enquanto. A intenção é construir, num primeiro momento, moradias para a população de baixa renda. Em regime de cooperativa, espera-se empregar mais de 32 famílias diretamente na produção dos blocos.
Além da limpeza das ruas e da geração de empregos, espera-se com isso estimular o turismo na região, construindo hotéis e estações turísticas com o material. Na situação de calamidade que se encontra a cidade, essa ação conjunta com a natureza pode ser uma esperança para os moradores tão afetados pelo poderoso Puyehue.

sábado, 18 de junho de 2011

Junho - Mê do Meio Ambiente


5 de junho: lute pelo meio ambiente

Este Dia Mundial do Meio Ambiente é o momento de renovar o engajamento e a luta contra modelos ultrapassados de desenvolvimento e retrocessos que custarão caro ao futuro do Brasil. É tempo de ação.
Demonstre sua contrariedade com os rumos da política nacional pendurando tecidos pretos nas janelas e sacadas, carregue bandeiras, amarre faixas em seu braço. Proteste e aja pela conservação, recuperação e bom uso de nossas riquezas naturais.

terça-feira, 24 de maio de 2011

WWF e a Mata Atlântica

Você gosta de jogar?
Que tal testar seus conhecimentos sobre a Mata Atlântica?
Clique no link e se divirta...
http://mataatlantica.wwf.org.br/mataemjogo/#/intro

domingo, 10 de abril de 2011

"Me Deixem Em Paz" Ano Internacional das Florestas

2011 "Ano Internacional das Florestas"


2011 é o Ano Internacional das Florestas

As florestas cobrem 31% de toda a área terrestre do planeta e têm responsabilidade direta na garantia da sobrevivência de 1,6 bilhões de pessoas e de 80% da biodiversidade terrestre. Pela importância que têm para o planeta, elas merecem ser mais preservadas e valorizadas e, por isso, a ONU declarou que 2011 será o Ano Internacional das Florestas

Para sensibilizar a sociedade para a importância da preservação das florestas para a garantia da vida no planeta, a ONU – Organização das Nações Unidas declarou que 2011 será, oficialmente, o Ano Internacional das Florestas.
{txtalt}
A ideia é promover durante os próximos 12 meses ações que incentivem a conservação e a gestão sustentável de todos os tipos de floresta do planeta, mostrando a todos que a exploração das matas sem um manejo sustentável pode causar uma série de prejuízos para o planeta. Entre eles:
– a perda da biodiversidade;
– o agravamento das mudanças climáticas;
– o incentivo a atividades econômicas ilegais, como a caça de animais;
– o estímulo a assentamentos clandestinos e
– a ameaça à própria vida humana. 

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Vídeo Oficial da Hora do Planeta 2011

Hora do Planeta WWF



Hora do planeta
O que é?
A Hora do Planeta é um ato simbólico, promovido no mundo todo pela Rede WWF, no qual governos, empresas e a população demonstram a sua preocupação com o aquecimento global, apagando as suas luzes durante sessenta minutos.
Quando?
Sábado, dia 26 de março, das 20h30 às 21h30. Apague as luzes para ver um mundo melhor. Hora do Planeta 2011.
Onde?
No mundo todo e na sua cidade, empresa, casa... Em 2010, mais de um bilhão de pessoas em 4616 cidades, em 128 países, apagaram as luzes durante a Hora do Planeta. Em 2011, a mobilização será ainda maior

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

A menina que calou o mundo em 5 minutos

Defensora do Meio Ambiente

O discurso foi feito na ECO 92, por Severn Suzuki, uma adolescente de 11 anos. As crianças vivem no mundo da fantasia, mas são capazes de dizer verdades inconvenientes. Depois de quase 18 anos, este assunto continua a ser uma das principais preocupações mundiais.




Leiam até ao fim e percebam porquê.



“Olá, sou Severn Suzuki e represento a “ECO”, a organização das crianças em defesa do meio ambiente.



Somos um grupo de crianças canadenses, de 12 e 13 anos, que tenta fazer a nossa parte – contribuir.



Nanessa Suttie, Morgan Geisler, Michelle Quigg e eu.



Todo o dinheiro que precisavamos para vir de tão longe, conseguimos nós próprios para dizer que vocês, adultos, têm que mudar a sua forma de agir.



Ao vir aqui hoje, não necessito de disfarçar o meu objetivo. Estou lutando pelo meu futuro.



Não ter garantias quanto ao meu futuro não é o mesmo que perder uma eleição ou alguns pontos na bolsa de valores.



Estou aqui para falar em nome das gerações que estão por vir.

Estou aqui para defender as crianças com fome, cujos apelos não são ouvidos.



Estou aqui para falar em nome dos inúmeros animais que morrem em todo o planeta porque já não têm mais para onde ir.



Não podemos mais permanecer ignorados.

Hoje tenho medo de apanhar sol por causa dos buracos na camada de ozônio.



Tenho medo de respirar esse ar porque não sei que substâncias químicas o estão contaminando.



Eu costumava passear em Vancouver com o meu pai até ao dia em que pescamos um peixe com câncer.



Temos conhecimento de que animais e plantas estão sendo destruídos diariamente e entrando em extinção.



Durante toda a minha vida eu sonhei ver grandes manadas de animais selvagens, selvas e florestas tropicais repletas de pássaros e borboletas, mas agora pergunto-me se os meus filhos vão poder ver isso tudo. Vocês preocupavam-se com essas coisas quando tinham a minha idade?



Todas essas coisas acontecem bem diante dos nossos olhos e, mesmo assim, continuamos agindo como se tivessemos todo o tempo do mundo e todas as soluções.



Sou apenas uma criança e não tenho soluções. Mas quero que saibam que vocês também não as têm. Vocês não sabem como reparar os buracos de ozônio. Vocês não sabem como salvar os salmões das águas poluídas. Vocês não podem ressuscitar os animais extintos. Vocês não podem recuperar as florestas que um dia existiram e onde hoje é um deserto. Se vocês não podem recuperar nada disso, então, por favor, parem de destruir.



Aqui vocês são os representantes dos seus governos, homens de negócios, administradores, jornalistas ou políticos mas, na verdade, são mães e pais, irmãos e irmãs, tias e tios e todos também são filhos.



Sou apenas uma criança mas sei que todos nós pertencemos a uma sólida família de 5 bilhões de pessoas e, ao todo, somos 30 milhões de espécies compartilhando o mesmo ar, a mesma água e o mesmo solo. Nenhum governo, nenhuma fronteira poderá mudar esta realidade.



Sou apenas uma criança mas sei que este problema atinge-nos a todos e deveríamos agir como se fossemos um único mundo rumo a um único objectivo.



Apesar da minha raiva, não estou cega. Apesar do meu medo, não sinto medo de dizer ao mundo como me sinto.



No meu país temos tanto desperdício. Compramos e jogamos fora, compramos e jogamos fora e os países do Norte não compartilham com os que mais necessitam. Mesmo quando temos mais do que o suficiente, temos medo de perder as nossas riquezas, medo de compartilhá-las. No Canadá temos uma vida privilegiada com fartura de alimentos, água e casa. Temos relógios, bicicletas, computadores e aparelhos de televisão.



Há dois dias, aqui no Brasil, ficamos chocados quando estivemos com crianças que moram nas ruas. Ouçam o que uma delas nos contou: “Eu gostaria de ser rica e, se fosse, daria a todas as crianças de rua alimentos, roupas, remédios, casa, amor e carinho”.



Se uma criança de rua que não tem nada ainda deseja compartilhar, porque é que nós que temos tudo somos ainda tão mesquinhos? Não posso deixar de pensar que essas crianças têm a minha idade e que o lugar onde nascemos faz toda a diferença.



Eu poderia ser uma daquelas crianças que vivem nas favelas do Rio. Eu poderia ser uma criança faminta da Somália, uma vítima da guerra do Oriente Médio ou uma mendiga na Índia.



Sou apenas uma criança mas, ainda assim, sei que se todo o dinheiro gasto nas guerras fosse utilizado para acabar com a pobreza para achar soluções para os problemas ambientais, que lugar maravilhoso seria a Terra.



Na escola, desde o jardim de infância, vocês ensinam-nos a ser bem comportados, a não brigar com os outros, resolver as coisas por bem, a respeitar os outros, a arrumar a nossa desarrumação, a não maltratar as outras criaturas, a dividir e a não ser mesquinho. Então, porque é que vocês não fazem justamente aquilo que nos ensinaram?



Não esqueçam o motivo que os levam a assistir a estas conferências.



Vejam-nos como os seus próprios filhos. Vocês estão decidindo em que tipo de mundo nós iremos crescer. Os pais devem ser capazes de confortar os seus filhos dizendo-lhes “tudo ficará bem, estamos a fazer o melhor que podemos”. Mas não acredito que possam dizer-nos isso. Será que estaremos mesmo na vossa lista de prioridades?



Meu pai sempre me disse “tu és aquilo que fazes e não aquilo que dizes”.



Bem, o que vocês fazem, nos fazem chorar à noite.



Vocês adultos dizem-nos que nos amam. Eu desafio-vos, por favor, façam as vossas ações reflectirem as vossas palavras.



Obrigada”.

aplausos, muitos aplausos...





(Severn Cullis-Suzuki - Eco 92)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Cataclismas Ambientais

Fonte: EcoDebate, 17/01/2011

O preço de não escutar a natureza, artigo de Leonardo Boff

[Ecodebate] O cataclisma ambiental, social e humano que se abateu sobre as três cidades serranas do Estado do Rio de Janeiro – Petrópolis, Teresópolis e Nova Friburgo -, na segunda semana de janeiro de 2011, com centenas de mortos, destruição de regiões inteiras e um incomensurável sofrimento dos que perderam familiares, casas e todos os haveres tem como causa mais imediata as chuvas torrenciais, próprias do verão, a configuração geofísica das montanhas, com pouca capa de solo sobre o qual cresce exuberante floresta subtropical, assentada sobre imensas rochas lisas que por causa da infiltração das águas e o peso da vegetação provocam freqüentemente deslizamentos fatais.

Culpam-se pessoas que ocuparam áreas de risco, incriminam-se políticos corruptos que distribuíram terrenos perigosos a pobres, critica-se o poder público que se mostrou leniente e não fez obras de prevenção, por não serem visíveis e não angariarem votos. Nisso tudo há muita verdade. Mas nisso não reside a causa principal desta tragédia avassaladora.

A causa principal deriva do modo como costumamos tratar a natureza. Ela é generosa para conosco, pois nos oferece tudo o que precisamos para viver. Mas nós, em contrapartida, a consideramos como um objeto qualquer, entregue ao nosso bel-prazer, sem nenhum sentido de responsabilidade pela sua preservação nem lhe damos alguma retribuição. Ao contrário, tratamo-la com violência, depredamo-la, arrancando tudo o que podemos dela para nosso benefício. E ainda a transformamos numa imensa lixeira de nossos dejetos.

Pior ainda: nós não conhecemos sua natureza e sua história. Somos analfabetos e ignorantes da história que se realizou nos nossos lugares no percurso de milhares e milhares de anos. Não nos preocupamos em conhecer a flora e a fauna, as montanhas, os rios, as paisagens, as pessoas significativas que aí viveram, artistas, poetas, governantes, sábios e construtores.

Somos, em grande parte, ainda devedores do espírito científico moderno que identifica a realidade com seus aspectos meramente materiais e mecanicistas sem incluir nela, a vida, a consciência e a comunhão íntima com as coisas que os poetas, músicos e artistas nos evocam em suas magníficas obras. O universo e a natureza possuem história. Ela está sendo contada pelas estrelas, pela Terra, pelo afloramento e elevação das montanhas, pelos animais, pelas florestas e pelos rios. Nossa tarefa é saber escutar e interpretar as mensagens que eles nos mandam. Os povos originários sabiam captar cada movimento das nuvens, o sentido dos ventos e sabiam quando vinham ou não trombas d’água. Chico Mendes com quem participei de longas penetrações na floresta amazônica do Acre sabia interpretar cada ruído da selva, ler sinais da passagem de onças nas folhas do chão e, com o ouvido colado ao chão, sabia a direção em que ia a manada de perigosos porcos selvagens. Nós desaprendemos tudo isso. Com o recurso das ciências lemos a história inscrita nas camadas de cada ser. Mas esse conhecimento não entrou nos currículos escolares nem se transformou em cultura geral. Antes, virou técnica para dominar a natureza e acumular.

No caso das cidades serranas: é natural que haja chuvas torrenciais no verão. Sempre podem ocorrer desmoronamentos de encostas. Sabemos que já se instalou o aquecimento global que torna os eventos extremos mais freqüentes e mais densos. Conhecemos os vales profundos e os riachos que correm neles. Mas não escutamos a mensagem que eles nos enviam que é: não construir casas nas encostas; não morar perto do rio e preservar zelosamente a mata ciliar. O rio possui dois leitos: um normal, menor, pelo qual fluem as águas correntes e outro maior que dá vazão às grandes águas das chuvas torrenciais. Nesta parte não se pode construir e morar.

Estamos pagando alto preço pelo nosso descaso e pela dizimação da mata atlântica que equilibrava o regime das chuvas. O que se impõe agora é escutar a natureza e fazer obras preventivas que respeitem o modo de ser de cada encosta, de cada vale e de cada rio.

Só controlamos a natureza na medida em que lhe obedecemos e soubermos escutar suas mensagens e ler seus sinais. Caso contrário teremos que contar com tragédias fatais evitáveis.


Leonardo Boff é filósofo e teólogo.


Colaboração de Gilvander Moreira, frei Carmelita, para o EcoDebate, 17/01/2011